DOM 14/08/2014
Disciplina, no âmbito do Distrito Federal, as normas para emissão de autorização ambiental.
O CONSELHO DO MEIO AMBIENTE DO DISTRITO FEDERAL, em sua 2ª sessão da 49ª Reunião Extraordinária realizada no dia 22 de julho de 2014, no uso das competências que lhe confere o inciso XVII, do artigo 3° de seu Regimento Interno, aprovado pelo Decreto n° 28.221, de 23 de agosto de 2007, republicado no dia 09 de novembro de 2007, e
CONSIDERANDO A necessidade de normatização da autorização ambiental prevista no art. 17-L, da Lei Federal n° 6.938, 31 de agosto de 1981 e no seu Anexo, incluído pela Lei n° 9.960, de 28 de janeiro de 2000; no art. 6° inciso XI e art. 77 da Lei Distrital n° 41, de 13 de setembro de 1989; e no art. 279, inciso XVIII da Lei Orgânica do Distrito Federal/1993; Que a autorização é ato administrativo discricionário, precário e não vinculado, sujeito sempre às alterações ditadas pelo interesse público,
RESOLVE:
Art. 1° Instituir a Autorização Ambiental como instrumento de gestão dos empreendimentos, atividades, pesquisas, serviços e obras de caráter temporário que, embora não estejam sujeitos ao licenciamento ambiental, necessitem de controle pelo órgão ambiental em função da sua natureza, peculiaridades, especificidades ou localização, e estabelece procedimentos para a sua realização no âmbito do Distrito Federal.
Parágrafo único. Ficam sujeitos à autorização ambiental os empreendimentos, atividades, pesquisas, serviços e obras de caráter temporário previstos no Anexo Único, cujo conteúdo é parte integrante desta Resolução.
Art. 2° Para efeito desta Resolução serão adotadas as seguintes definições:
I – Autorização Ambiental o ato administrativo discricionário, pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condicionantes, exigências, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para realização ou operação de empreendimentos, atividades, pesquisas e serviços de caráter temporário ou para execução de obras ou atividades não sujeitas ao licenciamento ambiental convencional ou simplificado, assim como obras emergenciais de utilidade pública ou interesse social, nos termos da lei.
II – Rodovia: superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. Pode ser pavimentada ou não pavimentada e estar localizada em zona rural ou zona urbana.
Art. 3° A autorização ambiental para os empreendimentos, atividades, pesquisas, serviços e obras listados no Anexo Único desta Resolução dependerá de prévia avaliação, por meio de documentos, estudos e projetos definidos pelo órgão ambiental competente, quando couber.
Art. 4° O procedimento para a autorização ambiental deverá observar as regras desta Resolução, sem prejuízo do disposto nas demais normas federais e distritais vigentes.
Art. 5° O órgão ambiental competente estabelecerá o prazo de validade de cada autorização ambiental, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração a temporariedade, natureza, características e peculiaridades do empreendimento, atividade, pesquisa, serviço ou obra.
§ 1° O prazo de validade da autorização ambiental, deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento, atividade, pesquisa, serviço ou obra, não podendo ser superior a 3 (três) anos.
§ 2° Caso o empreendimento, atividade, pesquisa, serviço ou obra de caráter temporário exceda o prazo estabelecido no parágrafo anterior, deverá ser requerida nova autorização ambiental.
Art. 6° O procedimento de autorização ambiental obedecerá às seguintes etapas:
I – Requerimento de autorização ambiental, devidamente preenchido, pelo empreendedor, dando–se a devida publicidade, acompanhado dos seguintes documentos:
II – Cópia autenticada de documento de identidade e Cadastro de Pessoa Física (CPF) do representante legal que assinar o requerimento;
III – Cópia autenticada do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
IV – Cópia da Ata de Eleição da última diretoria, quando se tratar de Sociedade ou de Contrato Social registrado, quando se tratar de Sociedade de Quotas de Responsabilidade Limitada e última alteração contratual (atos constitutivos da empresa) no caso de pessoa jurídica;
V – Comprovante de propriedade, posse ou ocupação a qualquer título da área.
VI – Projeto Básico e Memorial Descritivo da atividade;
VII – Planta com a localização e delimitação da área do empreendimento, atividade, obra ou serviço.
VIII – Definição pelo órgão ambiental competente dos documentos e projetos complementares e estudo ambiental, quando couber;
IX – Análise pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados;
X – Vistoria técnica;
XI – Solicitação de esclarecimentos e complementações, uma única vez, pelo órgão ambiental competente, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração dessa solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
XII – Emissão de Parecer Técnico conclusivo e, quando couber, parecer Jurídico.
Parágrafo Único – Nos casos em que houver simplificação de procedimentos por meio de legislação federal específica, esta deverá ser adotada.
Art. 7° O órgão ambiental competente terá um prazo de 180 (cento e oitenta) dias para análise e deferimento ou indeferimento da autorização ambiental, a contar da data do protocolo do requerimento.
Parágrafo único – a contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou apresentação de esclarecimentos do empreendedor.
Art. 8° O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar da data de recebimento da respectiva solicitação.
§ 1° O prazo estipulado no caput deste artigo poderá ser prorrogado, em caso de aprovação expressa pelo órgão ambiental competente, de ofício motivado emitido pelo empreendedor, o qual deverá ser anexado, obrigatoriamente, ao processo administrativo correspondente.
§ 2° O não cumprimento do prazo estipulado no caput deste artigo, implicará no arquivamento do processo.
Art. 9° O arquivamento do processo de autorização ambiental não impedirá a apresentação de novo requerimento, que deverá obedecer aos procedimentos, restrições e condicionantes estabelecidas para tal fim.
Art. 10 Os estudos e projetos necessários ao processo de autorização ambiental deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, a expensas do empreendedor e apresentados acompanhados das respectivas anotações de responsabilidade técnica (ART).
Parágrafo único. O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
Art. 11 O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar as condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma autorização ambiental, quando ocorrer:
I – violação, inobservância ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais ou exigências constantes da autorização ou no respectivo processo;
II – omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a concessão da autorização;
III – superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
Art. 12 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
PAULO LIMA
Presidente do Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal
ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS SUJEITOS À AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE | PORTE | |
01 | Revitalização e recuperação de canais de distribuição de água e micro barramentos, utilizados para irrigação em área rural, com interferência em APP | Micro barragens definidas Resolução ADASA 10/2011 |
02 | Implantação ou adequação de sistemas de tratamento de efluentes e resíduos oriundos da atividade agropecuária | – |
03 | Retirada de material mineral in natura de estabelecimento rural para recuperação de suas vias internas, vedada sua comercialização e vinculada a utilização na própria obra. | – |
04 | Retirada de material mineral in natura da faixa de domínio para recuperação de vias, vedada sua comercialização e vinculada a utilização na própria obra. | – |
05 | Implantação / Operação de Currais Comunitários, localizados em áreas urbanas | Qualquer porte |
06 | Nivelamento, encascalhamento e/ou aplicação de produto estabilizador de solo para recuperação e manutenção de vias não pavimentadas consolidadas, as quais apresentem interferências com Áreas de Preservação Permanentes, Parques, Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável, exceto APA | Qualquer porte |
07 | Nivelamento utilizando resíduo de asfalto retirado de vias para recuperação e manutenção de vias não pavimentadas consolidadas. | Qualquer porte |
08 | Implantação / adequação / reformas e melhorias de redes coletoras de esgotos, as quais apresentem interferência com Áreas de Preservação Permanentes, Parques, Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável, exceto APA | Qualquer diâmetro ou vazão |
09 | Adequação / remanejamento / revitalização de interceptores, coletores tronco, emissários, sifões invertidos e linhas de recalque | Qualquer diâmetro ou vazão |
10 | Implantação / operação / ampliação de unidades de transporte de esgotos, incluindo interceptores, emissários, coletores tronco, sifões invertidos, estações elevatórias de esgoto (bruto e tratado) e seus respectivos recalques | Vazão nominal de projeto <200L/s |
11 | Implantação / adequação / reformas e melhorias de redes de distribuição de água, as quais apresentem interferência com Áreas de Preservação Permanentes, Parques, Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável, exceto APA | Qualquer diâmetro ou vazão |
12 | Implantação / operação / reformas / recuperação / ampliação de unidades de transporte de água, incluindo adutoras, sub adutoras, reservatórios, estações elevatórias e boosters (bruta e tratada) desde as quais apresentem interferência com Arcas de Preservação Permanentes, Parques, Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável, exceto APA | Vazão nominal de projeto <250L/s |
13 | Implantação / operação / reformas / recuperação / ampliação de unidades de transporte de água, incluindo adutoras, sub adutoras, reservatórios, estações elevatórias e boosters (bruta e tratada) | Vazão nominal de projeto >250L/sc<1.250L/s |
14 | Melhorias em Estações de Tratamento de Água e Estações de Tratamento de Esgotos que envolvam obras civis, e que não envolvam aumento da capacidade de tratamento, ou mudança na concepção do processo de tratamento | Qualquer diâmetro ou vazão |
15 | Utilização e disposição de Iodos provenientes de Estações de Tratamento de Água e Estações de Tratamento de Esgotos | Qualquer porte |
16 | Desassoreamento de barragens com captação a fio d’água | Captação a fio d’água |
17 | Complementação de redes de águas pluviais quando não houver lançamento em corpos hídricos | Qualquer porte |
18 | Testes pré-operacionais de máquinas, unidades operacionais, infraestruturas, e equipamentos que necessitem de ajustes c adequações que precedam o ato autorizativo definitivo | Qualquer porte |
19 | Construção de obras de arte especial em rodovias em operação, tais como, viadutos, pontes e passagens subterrâneas | até 60 metros |
20 | Reparo, manutenção, conserto e recuperação de dissipadores, lagoas / bacias de detenção e vertedouro dispositivos de infiltração | Qualquer porte |
21 | Implantação de bocas de lobo, ramais, poços de visita, tubulações e galerias com interligação em sistemas de drenagem pluvial existentes | Tubulação com diâmetro >400mm |
22 | Pista de pouso e decolagem de aeronaves pavimentadas sem asfalto ou concreto, sem infraestrutura de apoio (terminal de passageiros ou cargas e hangares), com dimensões de pista inferiores a 1.500×20 metros | Todos |
23 | Implantação de equipamentos públicos cm áreas cm processo de regularização | Todos |
PAULO LIMA
Presidente do Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal