Os economistas do mercado financeiro preveem um cenário de menos inflação para 2016 e para 2017, mas estimam uma queda maior no Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e um crescimento menor no próximo ano.
As previsões foram divulgadas pelo Banco Central nesta segunda-feira (26), no relatório de mercado conhecido como Focus, e foram coletadas durante a semana passada.
A expectativa do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano recuou de 6,49% para 6,40%, na sétima queda seguida do indicador oficial da inflação.
No relatório divulgado na semana passada, os economistas das instituições financeiras ouvidos pelo BC voltaram, após mais de um ano, a estimar que a meta de inflação de 2016 não seria descumprida, ao reduzirem a inflação prevista de 6,52% para 6,49%.
A meta do Banco Central para a inflação deste ano é de 4,5%, mas há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Assim, a inflação pode oscilar de 2,5% a 6,5% sem que a meta seja descumprida. No ano passado, a inflação ultrapassou esse intervalo e fechou o ano em 10,67% – a maior desde 2002.
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação caiu de 4,9% para 4,85%, o que deixa o IPCA do próximo ano ainda acima do centro oficial da meta de inflação, que é de 4,5%.
Produto Interno Bruto
O mercado financeiro aumentou a previsão de encolhimento da atividade econômica em 2016 de 3,48% para 3,49%. Para o comportamento do PIB em 2017, o mercado reduziu a estimativa de crescimento pela décima vez consecutiva, passando de 0,58% para 0,50%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Em 2016 será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de retração no nível de atividade da economia. No ano passado, a retração do PIB foi de 3,8%, a maior em 25 anos.
Taxa de juros
Os analistas das instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central manteve a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% no fechamento de 2017. A estimativa do mercado pressupõe que o BC continuará o processo de corte de juros no ano que vem. Atualmente a Selic está em 13,75%.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para conter pressões inflacionárias. Taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
No relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 caiu de R$ 3,38 para R$ 3,37. Para o fechamento de 2017, a taxa subiu de R$ 3,49 para R$ 3,50.
A projeção para o superávit (exportações maiores que importações) da balança comercial em 2016 subiu de US$ 47 bilhões para US$ 47,1 bilhões. Para o próximo ano, o superávit previsto aumentou de US$ 45 bilhões para US$ 46,85 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimento estrangeiro direto no Brasil subiu de US$ 67,16 bilhões para US$ 68 bilhões e, para 2017, ficou inalterada em US$ 70 bilhões, pela sexta semana consecutiva.
Fonte: G1 – Brasília