Apesar do índice de desemprego ainda estar em 13,1% no primeiro trimestre de 2018, foram as micro e pequenas empresas que mais contrataram. Isso significa que muita gente que saiu de grandes companhias está migrando para as pequenas.

Pedro Ferreira de Souza é um exemplo. Ele trabalha desde os 15 anos e agora, com 19, ficou desempregado e foi procurar uma vaga no Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo da cidade de São Paulo.

Em junho, das 1385 empresas cadastradas no CATe para contratar mão de obra, 70% delas eram de pequenas e médias. O Pedro fez entrevista em um dia e logo foi contratado como operador de telemarketing de um pequeno empreendimento que dá cursos para servidores públicos.

Hoje, 98% das empresas brasileiras são micro ou pequenas e são responsáveis por gerar 70% dos empregos no Brasil.

“As pequenas empresas têm sido as grandes empregadoras durante o período de crise econômica. Entre 2014 e 2016 as micro e pequenas empresas criaram 300 mil vagas de emprego enquanto as médias e grandes destruíram cerca de 3 milhões de vagas”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Ir para uma pequena empresa tem os seus pontos positivos e negativos. Enquanto o salário pode ser menor – dois salários mínimos contra três meio de uma grande empresa -, a relação empregado-empresário é muito mais próxima. A agilidade é outra característica de uma pequena empresa.

Pequenas empresas dão mais experiência ao trabalhador

Por usar menos máquinas, a empresa pequena depende mais do trabalhador. Quem sai ganhando é o funcionário que recebe treinamento e se qualifica. Uma confecção em São Paulo, por exemplo, que chegou a demitir 23 funcionários durante a crise, voltou a contratar três costureiras desde março.

A empresária da confecção de lingerie, Clyver Scherr, diz que hoje tem máquinas eletrônicas diferentes, que são caras e difíceis de comprar. Então, ela tem que ter mão de obra qualificada que faz o trabalho artesanal. A empresária Marly Vieira Scherr confirma. Ela explica que é preciso treinar as costureiras na parte de lingerie. Com a concorrência dos importados chineses, que são bem mais baratos, é na qualidade que as donas da confecção têm que sair na frente.

Este ano, a procura por lingeries aumentou 15%. Para dar conta do aumento da produção, a empresa pretende contratar pelo menos mais 10 funcionários.

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Fonte: G1