(DOE de 28/12/2012)
Estabelece disciplina para fins da emissão de documentos fiscais nas operações internas relativas à circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o Sistema de Compensação de Energia Elétrica de que trata a Resolução Normativa N° 482/2012, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.
O COORDENADOR DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, tendo em vista o disposto no artigo 67, § 1°, da Lei 6.374, de 1° de março de 1989, nos artigos 146 e 425, e no Capítulo III do Anexo XVIII, todos do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30 de novembro de 2000, expede a seguinte
PORTARIA:
Art. 1° A emissão de documentos fiscais nas operações internas relativas à circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o Sistema de Compensação de Energia Elétrica de que trata a Resolução Normativa n° 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, de 17 de abril de 2012, deverá ser efetuada de acordo com a disciplina prevista nesta portaria, observadas, as demais disposições da legislação aplicável.
Art. 2° A empresa distribuidora deverá emitir, mensalmente, a Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica, modelo 6, de que trata o artigo 146 do RICMS, relativamente à saída de energia elétrica com destino a consumidor, na condição de microgerador ou de minigerador, participante do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, com as seguintes informações:
I – o valor integral da operação, antes de qualquer compensação, correspondente à quantidade total de energia elétrica entregue ao destinatário, nele incluídos:
a) os valores e encargos inerentes à disponibilização da energia elétrica ao destinatário, cobrados em razão da conexão e do uso da rede de distribuição ou a qualquer outro título, ainda que devidos a terceiros;
b) o valor do ICMS próprio incidente sobre a operação, quando devido;
II – quando a operação estiver sujeita à cobrança do ICMS relativamente à saída da energia elétrica promovida pela empresa distribuidora:
a) como base de cálculo, o valor integral da operação de que trata o inciso I;
b) o montante do ICMS incidente sobre o valor integral da operação, cujo destaque representa mera indicação para fins de controle;
III – o valor correspondente à energia elétrica gerada pelo consumidor em qualquer dos seus domicílios ou estabelecimentos conectados à rede de distribuição operada pela empresa distribuidora e entregue a esta no mês de referência ou em meses anteriores, que for aproveitado, para fins de faturamento, como dedução do valor integral da operação de que trata o inciso I, até o limite deste, sob o Sistema de Compensação de Energia Elétrica;
IV – o valor total do documento fiscal cobrado do consumidor, o qual deverá corresponder ao valor integral da operação, de que trata o inciso I, deduzido do valor indicado no inciso III.
Art. 3° O consumidor que, na condição de microgerador ou de minigerador, promover saída de energia elétrica com destino a empresa distribuidora, sujeita a faturamento sob o Sistema de Compensação de Energia Elétrica:
I – ficará dispensado de se inscrever no Cadastro de Contribuintes do Estado de São Paulo – CADESP e de emitir e escriturar documentos fiscais quando tais obrigações decorram da prática das operações em referência;
II – tratando-se de contribuinte do ICMS, deverá, relativamente a tais operações, emitir, mensalmente, Nota Fiscal eletrônica – NF-e, modelo 55, de que trata o artigo 212-O do RICMS, sem destaque do ICMS.
Art. 4° A empresa distribuidora deverá, mensalmente, relativamente às entradas de energia elétrica de que trata o artigo 3°:
I – emitir NF-e, modelo 55, até o dia 15 (quinze) do mês subsequente, englobando todas as entradas de energia elétrica na rede de distribuição por ela operada, decorrentes de tais operações, sem destaque do ICMS, fazendo nela constar, no campo “Informações Complementares”, a chave de autenticação digital do arquivo de que trata o item 2 do parágrafo único, obtida mediante a aplicação do algoritmo MD5 – “Message Digest 5” de domínio público;
II – escriturar, no Livro Registro de Entradas, a NF-e referida no inciso I, ficando vedada a escrituração da NF-e de que trata o inciso II do artigo 3°;
III – elaborar relatório conforme o disposto no Anexo Único no qual deverão constar, em relação a cada unidade consumidora, as seguintes informações:
a) o nome ou a denominação do titular;
b) o endereço completo;
c) o número da inscrição do titular no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), se pessoa natural, ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), se pessoa jurídica, ambos da Receita Federal do Brasil (RFB);
d) o número de inscrição no CADESP, quando contribuinte do ICMS;
e) n° da instalação;
f) a quantidade e o valor da energia elétrica por ela remetida à rede de distribuição.
Parágrafo único. O relatório de que trata o inciso III deverá:
1 – conter os totais das quantidades e dos valores da energia elétrica objeto das operações nele discriminadas, correspondentes à entrada englobada de energia elétrica indicados na NF-e referida no inciso I;
2 – ser gravado em arquivo digital que deverá ser:
a) validado pelo programa validador, disponível para “download” no endereço eletrônico http://www.fazenda.sp.gov.br, “Setores de Comunicações e Energia Elétrica”;
b) transmitido à Secretaria da Fazenda, no mesmo prazo referido no inciso I do artigo 4° mediante a utilização do programa “Transmissão Eletrônica de Documentos – TED”, disponível no endereço eletrônico http://www.fazenda.sp.gov.br.
Art. 5° Esta portaria entrará em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2013.
ANEXO ÚNICO
1. Apresentação
1.1. Este manual visa orientar a manutenção e prestação de informações, em meio eletrônico, da energia elétrica injetada pelos consumidores sob o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, nos termos do artigo 4°
2. Das Informações
2.1. As informações de que trata o item 1.1 devem ser mantidas à disposição do fisco em meio eletrônico, de acordo com as especificações indicadas neste manual e, quando exigido, os documentos e arquivos de que trata este Manual devem ser apresentados no prazo de 5 (cinco) dias contados da data da notificação fiscal, sem prejuízo do acesso imediato às instalações, equipamentos e demais informações mantidas em meio eletrônico.
3. Dados Técnicos da geração dos Arquivos
3.1. Formato do Arquivo de Injeção de Energia
3.1.1. Formatação: compatível com MS-DOS;
3.1.2. Tamanho do registro: variável, acrescido de CR/LF (Carriage Return/Line Feed) ao final de cada registro;
3.1.3. Separador de campo: caractere ponto e virgula (;);
3.1.4. Organização: seqüencial;
3.1.5. Codificação: ASCII.
3.2. Formato dos Campos
3.2.1. Numérico (N), sem sinal, inteiro, podendo conter apenas algarismos;
3.2.2. Valor , sem sinal, com 2 ou 3 casas decimais, podendo conter apenas algarismos e o caractere vírgula como ponto decimal, sem separador de milhar. Ex: 12345,67;
3.2.3. Data (D), formato dd/mm/aaaa;
3.2.4. Alfanumérico (X), letras, números e caracteres especiais válidos. Não pode conter os seguintes caracteres: ponto e virgula (;), CR (Carriage Return) e LF (Line Feed);
3.2.5. Observação: com exceção do campo data (D), todos os campos são de tamanho variável, limitado ao tamanho máximo definido no leiaute, não devendo ser informados os zeros e brancos não significativos.
3.3. Geração dos Arquivos
3.3.1. Os arquivos deverão ser gerados mensalmente, contendo as informações da energia injetada no período de referência;
3.4. Identificação dos Arquivos
3.4.1. Os arquivos serão identificados no formato:
A A A A M M T ST . T X T
3.4.2. Observações:
3.4.2.1. O nome do arquivo é formado da seguinte maneira:
3.4.2.1.1. Ano (AAAA) – ano da referência;
3.4.2.1.2. Mês (MM) – mês da referência;
3.4.2.1.3. Tipo (T) – tipo do arquivo: ‘I’ – Injeção de Energia;
3.4.2.1.4. Status (ST) – status do arquivo ‘N’ – normal ou ‘S’ – substituto
3.4.2.1.5. Extensão (TXT) – extensão do arquivo deve ser ‘TXT’.
3.5. Identificação da mídia
3.5.1. Cada mídia deverá ser identificada, por meio de etiqueta, com as seguintes informações:
3.5.1.1. A expressão “Registro Fiscal” e indicação do Convênio ICMS que estabeleceu o leiaute dos registros fiscais informados;
3.5.1.2. Razão Social e Inscrição Estadual do estabelecimento informante;
3.5.1.3. Período de apuração ao qual se referem as informações prestadas, no formato MM/AAAA;
3.5.1.4. Status da apresentação: Normal ou Substituição;
3.6. Controle da autenticidade dos arquivos
3.6.1. O controle da autenticidade e integridade será realizado por meio da utilização do algoritmo MD5 (Message Digest 5, vide item 8, de domínio público, na recepção dos arquivos;
3.6.2. O arquivo que apresentar divergência na chave de codificação digital será imediatamente devolvido ao contribuinte para saneamento das irregularidades, emitindo-se notificação para que seja reapresentado à Secretaria da Fazenda, no prazo de 5 dias;
3.6.3. A falta de atendimento à notificação para reapresentação do arquivo devolvido por divergência na chave de codificação digital, no prazo definido no item acima ou a apresentação de arquivos com nova divergência na chave de codificação digital sujeitará o contribuinte às sanções administrativas cabíveis, inclusive lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multas.
3.7. Substituição ou retificação de arquivos
3.7.1. A criação de arquivos para substituição ou retificação de qualquer arquivo magnético obedecerá aos procedimentos descritos em disciplina específica da respectiva UF.
4. Arquivo
4.1. Tipos de Registros
4.1.1. O arquivo será composto dos seguintes tipos de registros:
a) Registro de Controle, destinado à identificação do estabelecimento informante e às totalizações;
b) Registro de Injeção de Energia, contendo as informações das unidades consumidoras.
4.1.2. O Registro de Controle deverá ser o primeiro registro do arquivo, seguindo-se a ele os Registros de Injeção de Energia, classificados pelo número da instalação da unidade consumidora, em ordem crescente.
4.1.3. O Registro de Controle deverá conter os seguintes campos:
N° |
CONTEÚDO |
FORMATO |
TAMANHO MÍNIMO |
TAMANHO MÁXIMO |
01 |
Tipo “1” ( Controle) |
N |
1 |
1 |
02 |
CNPJ |
N |
14 |
14 |
03 |
IE |
X |
6 |
14 |
04 |
Razão Social |
X |
3 |
50 |
05 |
Endereço |
X |
3 |
50 |
06 |
CEP |
X |
9 |
9 |
07 |
Bairro |
X |
1 |
30 |
08 |
Município |
X |
1 |
30 |
09 |
UF |
X |
2 |
2 |
10 |
Responsável pela apresentação |
X |
3 |
30 |
11 |
Cargo |
X |
3 |
20 |
12 |
Telefone |
X |
11 |
12 |
13 |
|
X |
5 |
40 |
14 |
Qtde. de registros de injeção de energia |
N |
1 |
7 |
15 |
Qtde. de energia injetada (kWh)(c/ 3 decimais) |
V |
4 |
15 |
16 |
Valor Total (com 2 decimais) |
V |
4 |
15 |
4.1.4. Os Registros de Injeção de Energia deverão conter os seguintes campos, classificados pelo Número da Instalação da Unidade Consumidora, em ordem crescente:
N° |
CONTEÚDO |
FORMATO |
TAMANHO MÍNIMO |
TAMANHO MÁXIMO |
01 |
Tipo “2” (Injeção de Energia) |
N |
1 |
1 |
02 |
Número da Instalação |
X |
1 |
12 |
03 |
CNPJ ou CPF |
N |
11 |
14 |
04 |
IE |
X |
6 |
14 |
05 |
Nome ou denominação |
X |
3 |
35 |
06 |
Endereço |
X |
3 |
50 |
07 |
CEP |
X |
9 |
9 |
08 |
Bairro |
X |
1 |
30 |
09 |
Município |
X |
1 |
30 |
10 |
UF |
X |
2 |
2 |
11 |
Qtde. de energia injetada (kWh)(c/ 3 decimais) |
V |
4 |
13 |
12 |
Valor Total (com 2 decimais) |
V |
4 |
13 |
4.2. Observações sobre o Registro de Controle
4.2.1. Campo 01 – Tipo do Registro: preencher com “1”;
4.2.2. Identificação do Estabelecimento Informante
4.2.2.1. Campo 02 – CNPJ;
4.2.2.2. Campo 03 – Inscrição Estadual, sem formatação;
4.2.2.3. Campo 04 – Razão social ou denominação;
4.2.2.4. Campo 05 – Endereço completo ( tipo e nome do logradouro, número, complemento);
4.2.2.5. Campo 06 – CEP, no formato 99999-999;
4.2.2.6. Campo 07 – Bairro;
4.2.2.7. Campo 08 – Município;
4.2.2.8. Campo 09 – Sigla da unidade da federação;
4.2.3. Identificação da pessoa responsável pela informação;
4.2.3.1. Campo 10 – Nome do responsável;
4.2.3.2. Campo 11 – Cargo do responsável;
4.2.3.3. Campo 12 – Telefone de contato;
4.2.3.4. Campo 13 – E-mail de contato;
4.2.4. Informações relativas aos Registros de Injeção de Energia
4.2.4.1. Campo 14 – Quantidade de Registros de Injeção de Energia;
4.2.4.2. Campo 15 – Somatória da quantidade de energia injetada, em kWh, com 3 decimais após a vírgula;
4.2.4.3. Campo 16 – Somatória do Valor Total, com 2 decimais após a vírgula;
4.3. Observações sobre o Registro de Injeção de Energia
4.3.1. Campo 01 – Tipo do Registro: preencher com “2”;
4.3.2. Informações referentes à Unidade Consumidora
4.3.2.1. Campo 02 – Número da Instalação da unidade consumidora, utilizado pelo contribuinte;
4.3.2.2. Campo 03 – CNPJ (14 algarismos) ou CPF (11 algarismos) da unidade consumidora ou do consumidor, sem formatação. Em se tratando de pessoa não obrigada à inscrição no CNPJ ou CPF, preencher o campo com a expressão “ISENTO”;
4.3.2.3. Campo 04 – Inscrição Estadual da unidade consumidora ou do consumidor, sem formatação. Em se tratando de pessoa não obrigada à inscrição estadual, preencher o campo com a expressão “ISENTO”;
4.3.2.4. Campo 05 – Razão social, denominação ou nome, completos, da unidade consumidora ou do consumidor;
4.3.2.5. Campo 06 – Endereço completo ( tipo e nome do logradouro, número, complemento);
4.3.2.6. Campo 07 – CEP, no formato 99999-999;
4.3.2.7. Campo 08 – Bairro;
4.3.2.8. Campo 09 – Município;
4.3.2.9. Campo 10 – Sigla da unidade da federação;
4.3.3. Informações referentes à Energia Injetada
4.3.3.1. Campo 11 – Quantidade de energia injetada, em kWh, com 3 decimais após a vírgula. Ex: 4321,000;
4.3.3.2. Campo 12 – Valor Total, com 2 decimais. Ex: 1234,56;
5. Da validação do arquivo de injeção de energia
5.1. O arquivo de Injeção de Energia, gerado nos termos dos itens 3 e 4 deste anexo, deverá ser validado por meio de programa específico, disponibilizado pela Secretaria da Fazenda.
6. Da transmissão dos arquivos
6.1. O arquivo deverá ser transmitido, por meio de programa específico, disponibilizado pela Secretaria da Fazenda, nos termos de disciplina própria.
7. Da gravação dos arquivos
7.1. Deverão ser gravados em meio eletrônico óptico não regravável, do tipo CD-R ou DVD-R:
7.1.2. O arquivo de Injeção de Energia, gerado nos termos dos itens 3 e 4 deste anexo, e validado nos termos do item 5 deste anexo;
7.1.3. O recibo da transmissão do arquivo, nos termos do item 6 deste anexo;
8. MD5 – Message Digest 5
8.1. O MD5 é um algoritmo projetado por Ron Rivest da RSA Data Security e é de domínio público. A função do algoritmo é produzir uma chave de codificação digital (hash code) de 128 bits, para uma mensagem (cadeia de caracteres) de entrada de qualquer tamanho.