A Força Tarefa Previdenciária desarticulou uma organização criminosa que fraudava benefícios de auxílio-reclusão em Manaus (AM). Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e três mandados de condução coercitiva, nas cidades de Manaus e Goiânia (GO).
Segundo a Assessoria de Pesquisa Estratégica e de Gerenciamento de Riscos (APEGR) da Secretaria de Previdência, o prejuízo estimado, em 73 benefícios de auxílio-reclusão, identificados até o momento, pode chegar a R$ 3,7 milhões. No entanto, com a desarticulação do esquema criminoso, a Previdência evitará um prejuízo de outros R$ 5,7 milhões em valores que seriam pagos para os supostos beneficiários.
As investigações indicaram que o grupo criminoso atuava no presídio de Puraquequara, na capital amazonense, recrutando detentos com o objetivo de fraudar a concessão de auxílio-reclusão. A quadrilha também recrutava mães com filhos menores de idade sem pai registrado. A partir dessa situação, os agenciadores providenciavam os trâmites de reconhecimento voluntário de paternidade em nome dos detentos, inclusive por via judicial, efetivando a averbação na certidão de nascimento das crianças.
Os criminosos ainda são suspeitos de falsificar certidões de nascimento, modificando as idades das crianças, para que pudessem receber o benefício durante um período maior.
O objetivo era receber os valores atrasados de forma retroativa, que, em alguns casos, chegavam a quantias superiores a R$150 mil por benefício, valor que era dividido entre o detento e os agenciadores. Outra forma de burlar a lei era a inserção de vínculos inexistentes na carteira de trabalho do presidiário, como forma de provar sua qualidade de segurado à época da prisão, condição necessária para a concessão dessa espécie de benefício a seus dependentes.