De acordo com a pesquisa Make way for Gen Z, publicada no dia 25 de setembro pela Federação Internacional de Contadores, International Federation of Accountants (Ifac), sigla em inglês, a geração Z (Gen Z) está preocupada com a economia e as suas perspectivas de emprego. A pesquisa ouviu mais de 3.300 pessoas, com idades entre 18 e 23 anos, em 19 países do G20.

Entender as prioridades da Geração Z será crucial para os formuladores de políticas e para os empregadores, já que os debates sobre políticas públicas enfrentam cada vez mais as compensações entre gerações na riqueza e como ela é definida como a maior geração do mundo.

O resultado dessa pesquisa foi apresentado durante a abertura do XI Encontro Nacional dos Coordenadores e Professores dos Cursos de Ciências Contábeis (ENCPCCC), realizado no dia 29 de setembro, em São Paulo, pelo presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Ivânio Breda.

Na oportunidade, Breda afirmou que “para nós, é motivo de orgulho saber que os jovens, especialmente dos países do G20, vejam a carreira contábil como uma carreira promissora, de projeção e que vai conceder a eles as expectativas de vida de acordo com os percentuais apresentados pela pesquisa”. Para o presidente do CFC, a busca de um equilíbrio entre carreira e vida pessoal, em um mundo onde o uso da tecnologia é alto, é algo paradoxal.

A voz da profissão contábil global

Resultados

51% da Geração Z considera importante que seu governo priorize uma abordagem nacional à política econômica, enquanto 32% preferem um enfoque globalizado.
As principais prioridades de carreira da Geração Z incluem: uma trajetória de carreira estável (89% importante ou muito importante), salário e benefícios competitivos (87%) e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (84%).
73% dos entrevistados da Geração Z considerariam uma carreira na profissão contábil e mais de um quinto (21%) já decidiram seguir uma carreira em Contabilidade.
Politicamente envolvidos, economicamente conservadores

As principais prioridades das políticas públicas dessa geração são melhorar a estabilidade econômica, a educação de qualidade e a disponibilidade de empregos. No entanto, as visões sobre como alcançar os resultados desejados dependem da localização. A pesquisa constatou que 51% da Geração Z considera importante que seu governo priorize uma abordagem nacional à política econômica, enquanto 32% preferem um enfoque global.

Na França (52%) e na Alemanha (43%), a Geração Z apoia mais fortemente a colaboração política internacional, enquanto a preferência por uma abordagem nacional das políticas públicas é mais forte na China (65%), África do Sul (63%), Índia (60%) e Rússia (59%).

“As visões da Geração Z parecem refletir a tensão entre o protecionismo nacional e a cooperação política global que se desenrolam nos debates geopolíticos e econômicos contemporâneos”, disse Russell Guthrie, Diretor Executivo da Ifac. “A ênfase na estabilidade econômica diz muito sobre o que o futuro trará, já que essa geração já está exercendo sua voz ativa e apaixonada no cenário global”.

Além do conflito entre o protecionismo nacional e a globalização, outras preocupações incluem assistência médica, especialmente no Canadá, França, Alemanha e EUA, e combate à corrupção sistemática, que foi classificada como prioridade máxima pelos entrevistados na Argentina, Brasil, Índia e Indonésia.

Estabilidade no emprego em profissões estáveis

O desejo de estabilidade no emprego também é evidente nas expectativas da Geração Z. Eles antecipam que a digitalização e a tecnologia emergentes são uma faca de dois gumes, trazendo novas formas de trabalho, mas também o declínio dos empregos tradicionais como resultado.

Contrastando com as perspectivas de “viva o sonho a todo custo”, comumente atribuídas à geração anterior, as principais prioridades da Geração Z na escolha de uma carreira incluem uma carreira estável (89% importante ou muito importante), salário competitivo e benefícios (87%) e equilíbrio trabalho-vida pessoal. (84%).

A percepção da Geração Z para a profissão contábil é altamente alinhada com suas duas principais prioridades na escolha de uma carreira. Um total de 87% da Geração Z veem a contabilidade profissional como atraente ou muito atraente ao oferecer uma trajetória de carreira estável, enquanto 86% consideram que a profissão satisfaz ou supera suas expectativas salariais e de benefícios.

Um total de 73% dos entrevistados considerariam uma carreira contábil e 21% afirmaram que já decidiram seguir carreira na profissão.

“A Geração Z traz uma grande riqueza de novos e incomparáveis talentos para a força de trabalho global. Esta pesquisa identifica por que a profissão contábil está bem posicionada para atrair e reter talentos da próxima geração, particularmente à medida que o papel do contador se torna cada vez mais estratégico”, disse Fayezul Choudhury, CEO da Ifac. Ainda segundo ele,”os empregadores de todas as indústrias seriam bem adequados para entender às perspectivas da Geração Z à medida que eles vêm para moldar o futuro do local de trabalho.”

Método de pesquisa

Para este estudo, a Geração Z é definida como os indivíduos nascidos entre meados da década de 1990 e meados da década de 2000. Conduzido pela Ifac, este estudo dá voz a 3.388 indivíduos entre 18 e 23 anos nos países do G20. Isso representa uma amostra de 150 a 300 participantes de: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coréia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, o Reino Unido e os EUA.

Fonte: IFAC